quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Resolvi falar sobre o assunto aqui...

Abortos naturais nos primeiros 3 meses de gestação são muito comuns. Muito gente sabe disso. Mas a gente não espera que aconteça com a gente.

Doi muito. Mas depois passa.

E comigo foi assim...

No final do ano passado eu estava grávia. Foi a maior alegria, nós já estavamos querendo aumentar a família. Descobri que estava grávida antes mesmo da menstruação atrasar. Ninguém acreditou. Nem os exames: fiz uns 3 de farmácia que deram negativo. Fiz um de sangue que foi "mais ou menos". Até que finalmente deram positivo.

Eu tenho uma péssima mania de ficar sonhando com tudo. Sou ansiosa. Já pensava em nomes, na decoração do quartinho, na lembrancinha da maternidade, no ciúmes que o baixinho teria ou não...

Fiz o primeiro ultrassom e foi tudo bem. Depois de alguns dias eu tive um sangramento pequeno (com o baixinho tb tive e no final correu tudo bem). Repeti o ultrassom. A médica nos deixou meio confusos, ficou olhando, olhando, olhando mas no final disse que estava tudo bem.

Levei o exame na médica que confirmou estar tudo bem e nos acalmou dizendo que se tivesse qualquer coisa errado, no laudo do exame já teria uma indicação de algo não estava bem, e indicação de outro exame em seguida.

A médica prescreveu novo ultrassom para depois de uns 20 dias.

Eu estava super ansiosa.
Chegando lá, a terrível notícia: óbito fetal. O coração do bebê não batia mais.

De repente, um vazio. Como se o mundo todo escurecesse. E girasse. O que eu fiz de errado para merecer isso?? Culpa, medo, raiva... Lágrimas... muitas lágrimas.

A médica me deu um remédio para ajudar a expelir o feto, mas não deu certo. Tive que fazer uma curetagem.

A ferida física passa rápido. A psicológica fica... acho que diminui a dor que ela provoca com o tempo, mas fica sempre aquela pontinha... E se... e se...

Depois que acontece com a gente, e a gente fala, acaba escutando várias histórias parecidas, que ninguém nunca quer contar. Pq doí. Mexe em feridas já esquecidas. Eu me lembro que não conseguia falar no assunto sem chorar. Todo mês pensava: "se não tivesse perdido, estaria com barrigão...", "se não tivesse perdido, o bebê estaria para nascer"...

Mas eu não quero esquecer. Quero falar. Quero que todo mundo saiba. Porque acontece mesmo. E passa.

4 comentários:

Nurit disse...

Dri, fiquei arrepiada. É realmente o tipo de situação que só quem passou realmente entende, mas que toca profundaente qualquer mulher. Meus sentimentos Dri. Um beijao.

Unknown disse...

nossa, Dri, que barra...imagino a dor, mas só quem sentiu pode saber! Eu sei que não se compara, mas tive uma situação bem chata tb antes de engravidar do Bruno. Fiz o teste de farmácia e deu negativo. Joguei no lixo. No dia seguinte, abri o lixo e estava com o risquinho azul...fiquei toda feliz, liguei pro médico e ele disse que era positivo mesmo...liguei pro meu marido, ficamos super felizes. Aí, fiz o Beta...e deu um belo de um NEGATIVO! Eu sei que não se compara a um aborto, mas posso te dizer que tb senti um vazio enorme...meu marido ficou mudo por alguns dias. Mas, estamos aqui, vamos seguindo em frente! Ainda teremos muitas alegrias com os nossos filhotes, os de hoje e os futuros, pode ter certeza! Super beijo, Vi.

Anônimo disse...

Uma das minhas melhores amigas acabou de perder o dela, de 2 meses.... tá arrasada... é triste né, mas como vc disse, é muito mais normal do que a gente imagina... tem mulher que engravida, aborta, e nem sabe...
Beijos

Sil disse...

Na gravidez da Manu tive 2 ameaças de aborto a segunda estava em SP e fui para a Maternidade Santa Joana, um sangramento bem forte cheguei a pensar que tinha perdido o bebê, fiquei desesperada e pensava 5 anos para conseguir engravidar e agora estou perdendo o que sempre desejei. Foi horrível... ao chegar no hospital ainda com sangramento foi feito o ultrassom e minha maior alegria foi ver meu bebezinho com os bracinhos levantados e pulando muito, já estava entrando no 4 mês, fiquei 1 mês de repouso absoluto, além do remedionho que tive que tomar, foram os 30 dias mais longos da minha vida e morria de medo de acontecer de novo, sei como é difícil, mas o médico tb me disse que é mais comum do que podemos imaginar.
beijos